terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Ordenamento do território

O desastre que aconteceu na Madeira evidencia a desastrosa capacidade do ser humano em não aprender com o passado. Este fenómeno na Madeira é recorrente, há registos históricos desde a primeira colonização da Ilha e só aconteceu porque mais uma vez por incúria das autoridades.
Qualquer especialista em ordenamento do território ao passar pela Ribeira Brava, por exemplo, diria que algo estaria mal, o leito da ribeira tinha sido modificado de modo a que não tivesse caudal suficiente para uma calamidade destas. E esta situação repete-se em todo o território, de modo que de tempos a tempos ficamos espantados com estas coisas; enfim, quase todos ...

Será que é desta que se apuram responsabilidades sobre as causas destes incidentes? Ou vamos continuar a fazer asneiras e a remediar ?
Mesmo nos casos de danos materiais já seria uma muito mau não aprendermos com os erros, mas o grande drama nestas alturas é se perdem vidas humanas ... A questão é: até quando?

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O calendário e o seu impacto ...

O calendário que hoje todos usamos em todo o mundo, nem sempre foi igual em todos os países, parece uma autêntica anedota mas cada país começava o ano em seu dia. Assim os cavaleiros da Idade média que viajassem de Inglaterra para Portugal via França e/ou Espanha apanhavam 3 calendários: o Inglês, o Francês e o Ibérico.
Ora vejamos:
- Portugal, Espanha e a Prússia (hoje Alemanha/Polónia) iniciavam o ano no dia 25 de Dezembro;
- Veneza iniciava o ano no dia 1 de Março (na altura não havia Itália);
- a França iniciava num dia ainda mais estúpido, porque em cada ano era diferente, o ano começava depois da Páscoa. O que fazia com que houvesse anos com duas Primaveras e anos sem nenhuma ...
- a Russia iniciava o ano depois do Equinócio da Primavera;
- a Inglaterra iniciava o ano no dia 25 de Março! (não sei se é mais ou menos estúpido que a França);

Quando o Papa Gregória XIII decidiu mudar esta brincadeira é incrível como houve países que não aderiram logo, assim, enquanto que em Portugal e Espanha (e outros) logo em 1582 decidiram adoptar o calendário Gregoriano, Inglaterra só em 1752 decidiram que algo não estava bem lá na ilha deles.

A página da Wikipédia tem um interessante artigo sobre isto:
http://en.wikipedia.org/wiki/Gregorian_calendar

O impacto nos dias de hoje desta descordenação global ainda se faz sentir pois quando historiadores estudam datas e acontecimentos, tem sempre que fazer conversões e deduções lógicas cruzadas, cada vez que pretendem provar ou comprovar alguma coisa.
O mesmo se passa hoje no ambiente a nível global e a nível local noutras matérias. Como costumo afirmar, num grupo de dez pessoas, basta um desorganizado para comprometer e baralhar as actividades de todos e a produtividade global.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O TGV

Primeiro leiam o artigo:
http://dn.sapo.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1483900

Depois os parágrafos:
"(...) Ao mesmo tempo criava Fontes Pereira de Mello o ministério das Obras Publicas que ele mesmo ia gerir, dava à construção das estradas um impulso extraordinário e inaudito, gastando só num ano em estradas 413 contos de réis, soma enormíssima para um tempo em que a receita geral do Estado não subia a mais de 10.000 contos, e introduzia enfim os caminhos de ferro em Portugal contratando com uma companhia a construção das linhas férreas de Norte e Leste, criava o estudo da indústria e da agricultura em Portugal, fundando o Instituto Industrial, Instituto Agrícola e as quintas regionais, criava o conselho de obras públicas. A tudo atenda a sua actividade exuberante e que dificuldades tinha de superar, que preconceitos a vencer, que rotina a destruir! Que oposição encontrou aqui como em toda a parte a ideia fecundíssima dos caminhos-de-ferro! Como ele teve de lutar na câmara, onde os mais moderados diziam que bastava um caminho-de-ferro ao país, ao que ele respondia que muito lhe custava a contentar-se com dois. E as estradas que brotavam por toda parte, modificando completamente as condições económicas do país! que transformação incalculável, que tornou esse período tão brilhante, tão jubiloso e tão florido de esperanças que não foram iludidas, mas cuja realização foi estragada por tantos males imprevistos! (...)"
http://www.arqnet.pt/dicionario/pmelo_fontes.html

Teremos aprendido alguma coisa com o tempo? Iremos cometer os mesmos erros? O que foi erro e o que não o foi?

Organização e telemóvel

O que faz um telemóvel a dois tipos de pessoas distintas: uma meia organizada e outra meia desorganizada?
Bom, o resultado, pelo que tenho observado é absolutamente fantástico, cada uma destas pessoas se moverá para cada um dos lados da típica escala de 8 a 80.
A pessoa meia organizada tende a usar esta nova ferramenta para organizar ainda mais a sua vida usando agenda, contactos, lembretes (como detesto esta palavra...), alarmes,etc; portanto este indivíduo tende a ir para o 80.
A pessoa meia desorganizada move-se no sentido inverso, com o telemóvel deixa de planear o que quer que seja e tem a falsa sensação de poder controlar facilmente: combina tudo na hora, organiza tudo na hora, recombina, reorganiza, muda, etc; portanto este indivíduo tende a ir para o 8.
Há vezes em que não compreendo como podiam viver certas pessoas nos anos 80, em que de antemão combinávamos encontrarmo-nos às XX:00 em algures, para depois irmos fazer não sei o quê ...

David Suchet

Para quem gosta de Hercule Poirot é fantástico notar que o actor, David Suchet - a quem publicamente presto homenagem pelo seu fantástico desempenho na série - é inglês e o seu sotaque é puramente britânico. Como podem ver neste video:
http://www.youtube.com/watch?v=KkCdDffb4LE
Mas como estamos habituados à sua representação, no inicio, quem não está familiarizado, começa por pensar: "Xiiii, mas é a mesma pessoa!?"