O calendário que hoje todos usamos em todo o mundo, nem sempre foi igual em todos os países, parece uma autêntica anedota mas cada país começava o ano em seu dia. Assim os cavaleiros da Idade média que viajassem de Inglaterra para Portugal via França e/ou Espanha apanhavam 3 calendários: o Inglês, o Francês e o Ibérico.
Ora vejamos:
- Portugal, Espanha e a Prússia (hoje Alemanha/Polónia) iniciavam o ano no dia 25 de Dezembro;
- Veneza iniciava o ano no dia 1 de Março (na altura não havia Itália);
- a França iniciava num dia ainda mais estúpido, porque em cada ano era diferente, o ano começava depois da Páscoa. O que fazia com que houvesse anos com duas Primaveras e anos sem nenhuma ...
- a Russia iniciava o ano depois do Equinócio da Primavera;
- a Inglaterra iniciava o ano no dia 25 de Março! (não sei se é mais ou menos estúpido que a França);
Quando o Papa Gregória XIII decidiu mudar esta brincadeira é incrível como houve países que não aderiram logo, assim, enquanto que em Portugal e Espanha (e outros) logo em 1582 decidiram adoptar o calendário Gregoriano, Inglaterra só em 1752 decidiram que algo não estava bem lá na ilha deles.
A página da Wikipédia tem um interessante artigo sobre isto:
http://en.wikipedia.org/wiki/Gregorian_calendar
O impacto nos dias de hoje desta descordenação global ainda se faz sentir pois quando historiadores estudam datas e acontecimentos, tem sempre que fazer conversões e deduções lógicas cruzadas, cada vez que pretendem provar ou comprovar alguma coisa.
O mesmo se passa hoje no ambiente a nível global e a nível local noutras matérias. Como costumo afirmar, num grupo de dez pessoas, basta um desorganizado para comprometer e baralhar as actividades de todos e a produtividade global.