Há dias atrás, numa destas tecnologias, um ex-colega e amigo contou-me que desde que tinha saído de uma empresa cá em ilha para ir lá para fora, nunca mais as reuniões de trabalho tinham durado a eternidade que cá duram; no caso dele, duram normalmente cerca de 15 minutos.
Dá que pensar ... só 15 minutinhos ...
Mas é toda uma cultura e hábitos de gestão diferentes que culminam no belo número de minutos de uma reunião.
Há cerca de um ano atrás, confirmando ou antecipando isto mesmo, na Formação de Formadores, o Formador tinha dito também que as boas reuniões preparam-se de antemão, não é algo que cai do céu as trambolhões, como é hábito na ilha esperarmos...
Mas afinal o que é uma boa reunião? E como se prepara?
Uma boa reunião não é mais do que o encontro de duas ou mais pessoas com vista a decidirem sobre algo. Não é o que normalmente se encontra: amena cavaqueira, desabafo de opiniões sobre terceiros, local de insultos, troca de experiências, acções de (de)formação(?), etc ...
Para que a reunião decorra no mínimo tempo possível, há que desenvolver acções preparatorias:
- Escrever e distribuir o objectivo da reunião;
- Distribuir tarefas pelos participantes da reunião (com tempo para cada uma);
- Distribuir material de leitura aos participantes: relatórios, artigos, notas, etc;
- Marcar hora de inicio e duração da reunião;
Como devem estar a concluir, cá nesta ilha à beira mar plantada é pouca a malta que cumpre metade destas coisas; bem tinha razão Júlio César que para lá dos Pirenéus há um povo que nem se governa, nem de deixa governar (atenção que, salvo erro, não disse qual era o povo...).
Ora contribuem para este estado de alma cá na ilha vários factos mundanos que todos junto foram uma panóplia de hábitos difíceis de mudar. Vejamos o que temos por cá:
- adoramos chegar em cima da hora ou dez minutos atrasados aos nossos compromissos;
- não fazemos um plano de acções de forma a controlarmos as tarefas na sua exequibilidade e completude;
- gostamos de nos pormos em bicos de pés para dizermos que somos bons em alguma coisa, só para sermos melhor que o vizinho do lado, apesar de não percebermos nada da poda;
- a navegação à vista, enquanto der resultados, é o nosso melhor método;
- achamos que desenrascamos tudo no ultimo momento;
- achamos que uma palmadinha nas costas e algo de "força, estou contigo", motiva qualquer um;
- quando a tarefa é complexa e muito complicada (ou não sabemos fazer) é melhor assobiar para o lado e fingir que não é nada connosco (deixa andar).
Bom, conclusão, quando chegamos às reuniões, dado que nada foi feito como deve ser, acontecem as coisas que sabemos: discussões, quem é responsável, o que fez, o que falta fazer, etc, etc. Portanto, o problema está na gestão corrente das nossas tarefas do dia-a-dia e não no simples facto da reunião demorar uma tarde inteira.
Quando há problemas é notório que, não há preparação, as tarefas ficam normalmente a meio e adoramos experimentar a transmissão de pensamento; isto provoca que cada um de nós ande sempre em modo "Bombeiro" em constante emergência, correndo de um lado para o outro, praguejando a cada momento; nada é pensado do princípio ao fim, apenas numa óptica de navegação à vista e quando é muito complicado vamos a Fátima ou chutamos para o vizinho do lado ...
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
A mania das Conspirações
Convenhamos, toda a gente gosta de uma história cheia de peripécias, pode ser romântica, com acção ou aventura, cheia de terror e calafrios, ou então com muito mistério, enganos e conspirações.
Ora, ao longo dos tempos temos assistido sempre a uns macaquitos que vem sempre com umas histórias fantásticas sobre uma qualquer conspiração sobre algo de banal.
E como a malta gosta de histórias, comemos aquilo e ficamos às vezes baralhados entre o que é ficção e o que é realidade (lembram-se do Existenz?).
Ora há imensas histórias de teorias da conspiração e aqui deixo algumas:
- O Paul McCartney morreu e os Beatles tiveram que arranjar um sósia, treinando-o para tal. Reza a conspiração que foi numa estrada dessas e que no album Abbey Road se encontram as pistas. Mas isto continua com mais lixo: na capa de alguns discos dos Beatles há uma série de pistas para tal tragédia que prova tal facto. A verdade é que John Lennon e Charles Lutwidge Dodgson (aka Lewis Carroll) eram loucos por coisas deste género e adoravam baralhar a malta. E esta!?;
- A 12ª tribo de Israel fugiu Africa abaixo e fundou a grande civilização do Zimbabwe, construiram um grande palácio em pedra, das únicas ruínas em toda a África e foram muito prósperos. Bom isto não é anedota e foi proposto pelos nossos amigos da onça (os Ingleses) quando chegaram ao interior do continente Africano e viram tais ruinas. Excluíram de imediato que os próprios Africanos nunca poderiam ter construído tal coisa!!! Foi uma estupidez, como é evidente mas dá tema de telenovela;
- Tudo vai acabar em 2012, quando o calendário Maia acabar. Como um colega meu disse, lá porque se cansaram de escrever calendários, agora temos que aturar efeitos especiais em barda no cinema;
- No Peru há umas escavações gigantes, com simbolos do culto dos povos locais que, como seria de esperar, foram feitas pelos extra-terrestres! Mais uma vez tentamos actos discriminatórios e atentatórios da inteligência de outros povos. Já estou como o Quino e a Mafalda: a prova de que HÁ inteligência extra-terrestre é a de que nunca cá vieram. Liiiiivra (dizem eles)!;
- O barco Maria Celeste era um barco que foi encontrado à deriva no estreito de Gibraltar e, claro rezam uma série pequenas histórias sobre tal estranho facto, desde seguros, dívidas, fantasmas, apostas, enfim ... Uma palermice pegada, a verdade é: ninguém faz a menor ideia;
- (ESTA OUVI HOJE NA TELEVISÃO ITALIANA) O Titanic foi sabotado pelo alemães (segundo percebi) que iniciaram os ataques com submarinos no Atlântico. Sinceramente, ainda tenho que perceber o fundo de verdade desta coisa, se é que o há...;
O grande problema desta maluqueira toda é que quando de facto há alguma coisa estranha por detrás dos acontecimentos (o tratado de Tordesilhas, o assassinato de JFK, etc) ficamos de pé atrás sobre qualquer hipotese que surja.
[Piada] Então será que há uma Conspiração por detrás da Conspiração!?
Vejam este divertido vídeo sobre isso mesmo:
http://www.youtube.com/watch?v=UUnzCbJXXOo
Ora, ao longo dos tempos temos assistido sempre a uns macaquitos que vem sempre com umas histórias fantásticas sobre uma qualquer conspiração sobre algo de banal.
E como a malta gosta de histórias, comemos aquilo e ficamos às vezes baralhados entre o que é ficção e o que é realidade (lembram-se do Existenz?).
Ora há imensas histórias de teorias da conspiração e aqui deixo algumas:
- O Paul McCartney morreu e os Beatles tiveram que arranjar um sósia, treinando-o para tal. Reza a conspiração que foi numa estrada dessas e que no album Abbey Road se encontram as pistas. Mas isto continua com mais lixo: na capa de alguns discos dos Beatles há uma série de pistas para tal tragédia que prova tal facto. A verdade é que John Lennon e Charles Lutwidge Dodgson (aka Lewis Carroll) eram loucos por coisas deste género e adoravam baralhar a malta. E esta!?;
- A 12ª tribo de Israel fugiu Africa abaixo e fundou a grande civilização do Zimbabwe, construiram um grande palácio em pedra, das únicas ruínas em toda a África e foram muito prósperos. Bom isto não é anedota e foi proposto pelos nossos amigos da onça (os Ingleses) quando chegaram ao interior do continente Africano e viram tais ruinas. Excluíram de imediato que os próprios Africanos nunca poderiam ter construído tal coisa!!! Foi uma estupidez, como é evidente mas dá tema de telenovela;
- Tudo vai acabar em 2012, quando o calendário Maia acabar. Como um colega meu disse, lá porque se cansaram de escrever calendários, agora temos que aturar efeitos especiais em barda no cinema;
- No Peru há umas escavações gigantes, com simbolos do culto dos povos locais que, como seria de esperar, foram feitas pelos extra-terrestres! Mais uma vez tentamos actos discriminatórios e atentatórios da inteligência de outros povos. Já estou como o Quino e a Mafalda: a prova de que HÁ inteligência extra-terrestre é a de que nunca cá vieram. Liiiiivra (dizem eles)!;
- O barco Maria Celeste era um barco que foi encontrado à deriva no estreito de Gibraltar e, claro rezam uma série pequenas histórias sobre tal estranho facto, desde seguros, dívidas, fantasmas, apostas, enfim ... Uma palermice pegada, a verdade é: ninguém faz a menor ideia;
- (ESTA OUVI HOJE NA TELEVISÃO ITALIANA) O Titanic foi sabotado pelo alemães (segundo percebi) que iniciaram os ataques com submarinos no Atlântico. Sinceramente, ainda tenho que perceber o fundo de verdade desta coisa, se é que o há...;
O grande problema desta maluqueira toda é que quando de facto há alguma coisa estranha por detrás dos acontecimentos (o tratado de Tordesilhas, o assassinato de JFK, etc) ficamos de pé atrás sobre qualquer hipotese que surja.
[Piada] Então será que há uma Conspiração por detrás da Conspiração!?
Vejam este divertido vídeo sobre isso mesmo:
http://www.youtube.com/watch?v=UUnzCbJXXOo
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
A fragilidade do ser humano
Afinal a humanidade esteve a um passo de se extinguir e ao contrário do que algumas pessoas pensam, não é dificil.
Eis um excerto do artigo:
"In 1998, Ambrose proposed in the Journal of Human Evolution that the effects of the Toba eruption and the Ice Age that followed could explain the apparent bottleneck in human populations that geneticists believe occurred between 50,000 and 100,000 years ago. The lack of genetic diversity among humans alive today suggests that during this time period humans came very close to becoming extinct."
Supervolcano eruption -- in Sumatra -- deforested India 73,000 years ago
Eis um excerto do artigo:
"In 1998, Ambrose proposed in the Journal of Human Evolution that the effects of the Toba eruption and the Ice Age that followed could explain the apparent bottleneck in human populations that geneticists believe occurred between 50,000 and 100,000 years ago. The lack of genetic diversity among humans alive today suggests that during this time period humans came very close to becoming extinct."
Supervolcano eruption -- in Sumatra -- deforested India 73,000 years ago
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Drama no Afeganistão
Eis um conjunto de links que ajudam a perceber algumas das coisas que se passam no Afeganistão:
http://www.bbc.co.uk/blogs/adamcurtis/2009/09/kabul_city_number_one.html
http://www.bbc.co.uk/blogs/adamcurtis/2009/09/kabul_city_number_one_1.html
http://www.bbc.co.uk/blogs/adamcurtis/2009/10/kabul_city_number_one_part_3.html
Portanto, antes de emitirmos uma opinião vale a pena conhecer o que realmente se passa...
http://www.bbc.co.uk/blogs/adamcurtis/2009/09/kabul_city_number_one.html
http://www.bbc.co.uk/blogs/adamcurtis/2009/09/kabul_city_number_one_1.html
http://www.bbc.co.uk/blogs/adamcurtis/2009/10/kabul_city_number_one_part_3.html
Portanto, antes de emitirmos uma opinião vale a pena conhecer o que realmente se passa...
terça-feira, 29 de setembro de 2009
A questão do tratado de Tordesilhas
O outro dia, pus-me na Internet á procura da resposta a esta questão e resolvi escrever um texto para coleccionar os links que recolhi, ora cá então, está mais um pouco de História (com o tempo que tenho levou mais de um mês).
Vamos então lá tentar demonstrar porque razão o nosso D. João II sabia da existência do Brasil ANTES da celebração do Tratado de Tordesilhas em 1494 (sim, demos um grande bigode a neustros hermanos). Reparem que esta questão é paralela à de saber se a América era ou não conhecida, porque me parece que já todos os povos de navegadores sabiam, menos a Europa Continental, vejam esta página porque me parece cronológicamente bem organizada: http://www.mssanmarino.com/Extras.html .
Em primeiro lugar vejam então este link:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Planisf%C3%A9rio_de_Cantino
É o Planisfério de Cantino (de 1502), uma cópia de um mapa Português que foi efectuada e enviada para Itália e é com este indício que podemos suspeitar que em 1494 já se sabia que havia terra algures no Oceano Atlântico. Um mapa destes não se copia facilmente e principalmente, não se envia assim, sem mais nem ontem para Itália sem as autoridades Portuguesas saberem. O nosso rei era cioso na sua política de sigilio e não admitia que segredo nenhum fugisse assim sem mais nem menos... Deste modo, o mapa teve que ser copiado totalmente em segredo ou pelo próprio autor, que fez uma cópia de segurança (roubado ou não e levado depois para Itália) ou por alguém com acesso limitado a ele.
Além destes argumentos, há o grande detalhe que o mapa já mostra na costa do Brasil que é possível visualizar, o que evidencia que houve diversas viagens (incógnitas) que tiveram que ser efectuadas para se cartografar todos os pormenores. Ora Pedro Alvares Cabral em 1500 demorou cerca de 2 meses na viagem (4 meses ida e volta) e se contarmos com o preparativos e tripulação, uma coisa destas leva no mínimo 6 meses realizar (vejam este site http://www.instituto-camoes.pt/revista/achamentvc.htm onde descreve a viagem). Após cada viagem, os cartógrafos reais tinham que coligir as informações obtidas e cruzar com a informação que já tinham o que tornava o processo moroso. Portanto, para fazer um mapa destes, demora-se muito tempo...
Além disso, investigadores Brasileiros demonstraram que para aportar nos sítios que Pedro Alvares Cabral escolheu, tinha que ter algum conhecimento prévio deles, porque perto de um deles há uma armadilha natural. Isto faz aumentar as suspeitas que Alvares Cabral foi lá para cumprir calendário e continuar de modo oficial o achamento da América do Sul; porque Portugueses chegaram até Assunção no Paraguai, em termos de território, e cartografamos inclusivé a Antartica.
Conclusão: está-se mesmo a ver que Alvares Cabral tinha o mapa com ele no momento da viajem, portanto foi elaborado antes disso.
Portanto, a primeira hipotese de que D. João II não sabia de nada sobre o Brasil e tudo começou em 1500, não faz sentido porque não há tempo para fazer um mapa daqueles em 2 anos e além disso porque razão iria Pedro Alvares Cabral viajar para aquelas bandas? Há sempre esta eterna questão, se alguém vai procurar alguma coisa, é porque tem algum objectivo de encontrar algo. A América do Norte era já conhecida por muita gente há muito tempo e com as viagens da família Corte Real tinhamos já uma noção clara de onde era (http://en.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Vaz_Corte-Real ), o problema era que não era a caminho de coisa nenhuma que interessasse ao espírito dos Descobrimento: a India, a China e o Japão.
Segunda hipótese (uma das prováveis): D. João II não sabia de nada (não tinha prova concreta) e entre 1494 e 1500 começou a investigar a costa Brasileira - isto significa que tinha 72 meses para preparar e fazer viagens (12 consecutivas), e fazer depois o mapa original para o entregar a Pedro Alvares Cabral. Isto é manifestamente impossível, pois cartografar aquelas terras todas (milhares Km de costa) levam muuito tempo e ainda por cima estamos erradamente a partir do principio de que todas as viagens correram bem, coisa altamente improvável, recordemos o furacões entre Junho e Setembro por aquelas bandas (Golfo do México e Caraíbas).
Terceira hipótese (uma das prováveis): D. João II sabia de alguma coisa antes de 1494, provavelmente antes mesmo da viagem de Cristóvão Colombo ao Brasil, daí as estranhas paragens de Colombo em Lisboa (duas vezes). Através de uma análise à viagem de Colombo, parece ficar mais ou menos claro que D. João II queria ter a certeza que o senhor achava mesmo a América e em troca dava informações extra aos cartógrafos nacionais... Embora este ultimo ponto seja bem mais discutível e de muito difícil prova/demonstração.
A juntar a esta evidência, temos a própria viagem de Vasco da Gama que segundo alguns especialistas em arte de marear tem alguns pormenores estranhos. O primeiro deles é o facto de ter sido usado uma nau de "pequeno porte" durante a viagem, que não aguentaria a viagem descrita no diário de bordo e conhecida por nós. Além disso, dada a velocidade da viagem e o número de homens, não é possível fazer a viagem entre a Cabo Verde e Moçambique sem parar a reabastecer. Sendo assim, onde raio iriam abastecer? Pois claro, a frota parou a meio do Atlântico, no Brasil para reabastecer de carne fresca e água potável!
Para mim, é claro que D. João II sabia da existência do Brasil antes do Tratado.
Além disso e em paralelo, D. João II envia à Índia Pero da Covilhã (em 1487) por terra para assegurar que a viagem tem razão de ser, ou seja, para confirmar que há passagem por África para lá e que há de facto muita riqueza nos reinos do Oriente (vejam http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%AAro_da_Covilh%C3%A3 ). O que é que isto tem a haver com o Tratado? É que D. João II, até à viagem de Pero da Covilhã, estava ainda com algumas dúvidas da viabilidade financeira da coisa e ainda a tempo do Tratado vem a boa notícia de que há muuuuito dinheiro por ali.
Portanto a situação a partir da viagem de Colombo era a seguinte:
- D. João II sabia da existência do Brasil e cartografava com detalhe os mares e costas africanas. Objectivo: descobrir o caminho para a Índia.
- Em 1492 Colombo confirma ao mundo uma coisa que os povos de navegadores já sabiam: a América! Secretamente deverá ter confirmado mais qualquer coisa sobre a América a D. João II.
- A Espanha que não gostava do tratado antigo (não era proveitoso: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Alc%C3%A1%C3%A7ovas ), obriga via Vaticano Portugal a assinar um novo tratado. O tratado estipulava que tudo a sul do Bojador era nosso (seguindo o paralelo que por ali passava), daí que os espanhois se tenham sentido roubados e tenham queria a América toda para eles.
- D. João II percebeu que sabia muito mais do que os espanhóis e argumentou no novo Tradado e muito bem que para alcançar África e India tinha que ter acesso livre ao Oceano, fazendo o meridiano do tratado viajar para oeste algumas milhas.
- Além disso, manteve em segredo todos os rumores sobre o Brasil sob pena do Tratado ser considerado inválido.
- Depois, vigiou muito bem as viagens dos espanhóis à América e à ultima hora anunciou o Brasil ao mundo, tendo nós literalmente invadido as terras com jesuítas para demarcar o que era e o que não era nosso, roubando desta forma mais um bocado de terra a nuestros hermanos (esta foi de génio!).
Se quiserem contribuir para completar alguma lacuna, força nisso!
E agora uma boa pergunta: se fosse hoje teríamos conseguido isto tudo sem fugas de informação? Duvido ...
Vamos então lá tentar demonstrar porque razão o nosso D. João II sabia da existência do Brasil ANTES da celebração do Tratado de Tordesilhas em 1494 (sim, demos um grande bigode a neustros hermanos). Reparem que esta questão é paralela à de saber se a América era ou não conhecida, porque me parece que já todos os povos de navegadores sabiam, menos a Europa Continental, vejam esta página porque me parece cronológicamente bem organizada: http://www.mssanmarino.com/
Em primeiro lugar vejam então este link:
http://pt.wikipedia.org/wiki/
É o Planisfério de Cantino (de 1502), uma cópia de um mapa Português que foi efectuada e enviada para Itália e é com este indício que podemos suspeitar que em 1494 já se sabia que havia terra algures no Oceano Atlântico. Um mapa destes não se copia facilmente e principalmente, não se envia assim, sem mais nem ontem para Itália sem as autoridades Portuguesas saberem. O nosso rei era cioso na sua política de sigilio e não admitia que segredo nenhum fugisse assim sem mais nem menos... Deste modo, o mapa teve que ser copiado totalmente em segredo ou pelo próprio autor, que fez uma cópia de segurança (roubado ou não e levado depois para Itália) ou por alguém com acesso limitado a ele.
Além destes argumentos, há o grande detalhe que o mapa já mostra na costa do Brasil que é possível visualizar, o que evidencia que houve diversas viagens (incógnitas) que tiveram que ser efectuadas para se cartografar todos os pormenores. Ora Pedro Alvares Cabral em 1500 demorou cerca de 2 meses na viagem (4 meses ida e volta) e se contarmos com o preparativos e tripulação, uma coisa destas leva no mínimo 6 meses realizar (vejam este site http://www.instituto-camoes.
Além disso, investigadores Brasileiros demonstraram que para aportar nos sítios que Pedro Alvares Cabral escolheu, tinha que ter algum conhecimento prévio deles, porque perto de um deles há uma armadilha natural. Isto faz aumentar as suspeitas que Alvares Cabral foi lá para cumprir calendário e continuar de modo oficial o achamento da América do Sul; porque Portugueses chegaram até Assunção no Paraguai, em termos de território, e cartografamos inclusivé a Antartica.
Conclusão: está-se mesmo a ver que Alvares Cabral tinha o mapa com ele no momento da viajem, portanto foi elaborado antes disso.
Portanto, a primeira hipotese de que D. João II não sabia de nada sobre o Brasil e tudo começou em 1500, não faz sentido porque não há tempo para fazer um mapa daqueles em 2 anos e além disso porque razão iria Pedro Alvares Cabral viajar para aquelas bandas? Há sempre esta eterna questão, se alguém vai procurar alguma coisa, é porque tem algum objectivo de encontrar algo. A América do Norte era já conhecida por muita gente há muito tempo e com as viagens da família Corte Real tinhamos já uma noção clara de onde era (http://en.wikipedia.org/wiki/
Segunda hipótese (uma das prováveis): D. João II não sabia de nada (não tinha prova concreta) e entre 1494 e 1500 começou a investigar a costa Brasileira - isto significa que tinha 72 meses para preparar e fazer viagens (12 consecutivas), e fazer depois o mapa original para o entregar a Pedro Alvares Cabral. Isto é manifestamente impossível, pois cartografar aquelas terras todas (milhares Km de costa) levam muuito tempo e ainda por cima estamos erradamente a partir do principio de que todas as viagens correram bem, coisa altamente improvável, recordemos o furacões entre Junho e Setembro por aquelas bandas (Golfo do México e Caraíbas).
Terceira hipótese (uma das prováveis): D. João II sabia de alguma coisa antes de 1494, provavelmente antes mesmo da viagem de Cristóvão Colombo ao Brasil, daí as estranhas paragens de Colombo em Lisboa (duas vezes). Através de uma análise à viagem de Colombo, parece ficar mais ou menos claro que D. João II queria ter a certeza que o senhor achava mesmo a América e em troca dava informações extra aos cartógrafos nacionais... Embora este ultimo ponto seja bem mais discutível e de muito difícil prova/demonstração.
A juntar a esta evidência, temos a própria viagem de Vasco da Gama que segundo alguns especialistas em arte de marear tem alguns pormenores estranhos. O primeiro deles é o facto de ter sido usado uma nau de "pequeno porte" durante a viagem, que não aguentaria a viagem descrita no diário de bordo e conhecida por nós. Além disso, dada a velocidade da viagem e o número de homens, não é possível fazer a viagem entre a Cabo Verde e Moçambique sem parar a reabastecer. Sendo assim, onde raio iriam abastecer? Pois claro, a frota parou a meio do Atlântico, no Brasil para reabastecer de carne fresca e água potável!
Para mim, é claro que D. João II sabia da existência do Brasil antes do Tratado.
Além disso e em paralelo, D. João II envia à Índia Pero da Covilhã (em 1487) por terra para assegurar que a viagem tem razão de ser, ou seja, para confirmar que há passagem por África para lá e que há de facto muita riqueza nos reinos do Oriente (vejam http://pt.wikipedia.org/wiki/
Portanto a situação a partir da viagem de Colombo era a seguinte:
- D. João II sabia da existência do Brasil e cartografava com detalhe os mares e costas africanas. Objectivo: descobrir o caminho para a Índia.
- Em 1492 Colombo confirma ao mundo uma coisa que os povos de navegadores já sabiam: a América! Secretamente deverá ter confirmado mais qualquer coisa sobre a América a D. João II.
- A Espanha que não gostava do tratado antigo (não era proveitoso: http://pt.wikipedia.org/wiki/
- D. João II percebeu que sabia muito mais do que os espanhóis e argumentou no novo Tradado e muito bem que para alcançar África e India tinha que ter acesso livre ao Oceano, fazendo o meridiano do tratado viajar para oeste algumas milhas.
- Além disso, manteve em segredo todos os rumores sobre o Brasil sob pena do Tratado ser considerado inválido.
- Depois, vigiou muito bem as viagens dos espanhóis à América e à ultima hora anunciou o Brasil ao mundo, tendo nós literalmente invadido as terras com jesuítas para demarcar o que era e o que não era nosso, roubando desta forma mais um bocado de terra a nuestros hermanos (esta foi de génio!).
Se quiserem contribuir para completar alguma lacuna, força nisso!
E agora uma boa pergunta: se fosse hoje teríamos conseguido isto tudo sem fugas de informação? Duvido ...
terça-feira, 25 de agosto de 2009
A Gripe A e as Organizações
A gripe A (H1N1) exige das organizações de hoje em dia disciplina e respeito pelo próximo! Só assim seria possível conter a doença e preparar com calma a protecção de toda a população.
Mas isso, segundo os padrões individualistas de alguns é impossível de acontecer, pois digam-me, quantos de nós cumprem a regra básica de espirrar para um lenço de papel? Muito poucos. E quantos de nós vão à casa de banho lavar as mãos?
Pois é, assim vai ser difícil e pode haver empresas a fechar temporariamente ...
Mas isso, segundo os padrões individualistas de alguns é impossível de acontecer, pois digam-me, quantos de nós cumprem a regra básica de espirrar para um lenço de papel? Muito poucos. E quantos de nós vão à casa de banho lavar as mãos?
Pois é, assim vai ser difícil e pode haver empresas a fechar temporariamente ...
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Quando será o próximo terramoto?
A previsibilidade de terramotos é ainda ficção, mas estes dados podem-nos ajuda a pensar:
"A importância do VIT como fonte sísmica é generalizadamente reconhecida, em particular devido ao terramoto de Benavente de 1909, com magnitude MS6.3 [9]. Outro sismo histórico com origem nesta zona ocorreu em 1531, com magnitude M6.5 – M7. [10], e admite-se como Figura 2: Actividade sísmica do Vale Inferior do Tejo. A) Sismicidade instrumental no período 1960-2000 (dados do IM), e intensidades no período histórico segundo Moreira [13]. Mecanismos focais segundo Fonseca [5] e Borges et al. [14]. B) Recorrência sísmica para a mesma área, sugerindo comportamento característico para magnitudes acima de 6.0.
possível que um outro sismo de magnitude elevada em 1344 tenha tido epicentro na mesma zona. Vilanova et al. [11] reinterpretam os relatos coevos do terramoto de 1755, e propõem que também nessa data pode ter ocorrido a rotura de um segmento da falha do VIT, alguns minutos depois do sismo principal que teve lugar ao largo da costa. Pode-se estimar um período de retorno da ordem de 200 anos para a ocorrência de um sismo de magnitude superior a 6.5 nos
segmentos da falha do VIT a Norte de Lisboa. Este valor será superior se se ignorar o evento proposto para 1755, e inferior se se aumentar a área em análise para incluir uma ocorrência adicional em 1858, na plataforma continental ao largo de Setúbal, com magnitude M7 [12]."
P. VILANOVA, J. FONSECA, "A FALHA DO VALE INFERIOR DO TEJO NA ANÁLISE DA
PERIGOSIDADE SÍSMICA", SÍSMICA 2004 - 6º Congresso Nacional de Sismologia e Engenharia Sísmica, http://www.civil.uminho.pt/masonry/Publications/Sismica_2004/379-388%20c72%20Susana%20Vilanova%20_10p_.pdf
"A importância do VIT como fonte sísmica é generalizadamente reconhecida, em particular devido ao terramoto de Benavente de 1909, com magnitude MS6.3 [9]. Outro sismo histórico com origem nesta zona ocorreu em 1531, com magnitude M6.5 – M7. [10], e admite-se como Figura 2: Actividade sísmica do Vale Inferior do Tejo. A) Sismicidade instrumental no período 1960-2000 (dados do IM), e intensidades no período histórico segundo Moreira [13]. Mecanismos focais segundo Fonseca [5] e Borges et al. [14]. B) Recorrência sísmica para a mesma área, sugerindo comportamento característico para magnitudes acima de 6.0.
possível que um outro sismo de magnitude elevada em 1344 tenha tido epicentro na mesma zona. Vilanova et al. [11] reinterpretam os relatos coevos do terramoto de 1755, e propõem que também nessa data pode ter ocorrido a rotura de um segmento da falha do VIT, alguns minutos depois do sismo principal que teve lugar ao largo da costa. Pode-se estimar um período de retorno da ordem de 200 anos para a ocorrência de um sismo de magnitude superior a 6.5 nos
segmentos da falha do VIT a Norte de Lisboa. Este valor será superior se se ignorar o evento proposto para 1755, e inferior se se aumentar a área em análise para incluir uma ocorrência adicional em 1858, na plataforma continental ao largo de Setúbal, com magnitude M7 [12]."
P. VILANOVA, J. FONSECA, "A FALHA DO VALE INFERIOR DO TEJO NA ANÁLISE DA
PERIGOSIDADE SÍSMICA", SÍSMICA 2004 - 6º Congresso Nacional de Sismologia e Engenharia Sísmica, http://www.civil.uminho.pt/masonry/Publications/Sismica_2004/379-388%20c72%20Susana%20Vilanova%20_10p_.pdf
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